Encarar o mercado de desenvolvimento de jogos digitais é um desafio para as mulheres que querem seguir carreira na área. Além de lidar com as dificuldades comuns da profissão, elas precisam sobreviver numa indústria dominada por homens. Isso se reflete em dados recentes (Gamasutra/ Next Gen Skills Academy), que mostram que uma a cada três mulheres já se sentiu insultada, objetificada, intimidada ou oprimida trabalhando na área.
Vitória falou dos desafios do mercado de games na #CPNATAL2 (Foto: Clercio Rodrigues).
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A jovem Vitória Deon é estudante de Tecnologia da Informação, atua como Game Designer e já superou várias situações constrangedoras em sua carreira. Ela faz parte da comunidade Boyzinhas Arretadas e compartilhou algumas dessas experiências machistas na segunda edição da Campus Party Natal. A palestra de Vitória aconteceu ainda na noite de sexta-feira (16) e girou em torno dos obstáculos que as mulheres encontram na indústria.
Representatividade
Grande parte do problema por trás do preconceito de gênero na indústria de desenvolvimento começa nos próprios jogos, já que as mulheres são frequentemente representadas por estereótipos. Em muitos jogos de RPG, por exemplo, é comum ver figuras femininas usando trajes hipersexualizados. Durante sua apresentação, Vitória citou o MOBA League of Legends: “uma das skins de Miss Fortune leva ela para o campo de batalha usando roupas apertadas e até salto alto. Será que isso faz sentido em uma luta?”
A falta de representatividade feminina também fica nítida quando mulheres que fizeram a diferença na história dos games têm seu legado ignorado. De acordo com pesquisa realizada pelo grupo Boyzinhas Arretadas, a grande maioria das pessoas só conhece ou consegue se lembrar de desenvolvedores do sexo masculino. Esse processo faz com que as histórias de Carol Shaw, a primeira desenvolvedora de jogos, Roberta Williams, a mãe dos jogos de aventura, e outras profissionais da área acabem sendo esquecidas.
Desafio fora das telas
“Eu já perdi a conta de quantas vezes passei por situações constrangedoras, onde precisei deixar o ambiente de trabalho, até sair da sala e ir chorar no banheiro”, desabafou Vitória. A jovem já fez parte de uma equipes de desenvolvimento onde era a única mulher e usou o espaço da palestra para expor situações nas quais foi desrespeitada, teve suas habilidades questionadas ou foi silenciada pelo preconceito: “Eu não falava nas reuniões porque tínhamos doze meninos no time. Todos falavam, olhavam para mim e eu não falava nada porque sabia que seria interrompida”.
Representatividade
Grande parte do problema por trás do preconceito de gênero na indústria de desenvolvimento começa nos próprios jogos, já que as mulheres são frequentemente representadas por estereótipos. Em muitos jogos de RPG, por exemplo, é comum ver figuras femininas usando trajes hipersexualizados. Durante sua apresentação, Vitória citou o MOBA League of Legends: “uma das skins de Miss Fortune leva ela para o campo de batalha usando roupas apertadas e até salto alto. Será que isso faz sentido em uma luta?”
A falta de representatividade feminina também fica nítida quando mulheres que fizeram a diferença na história dos games têm seu legado ignorado. De acordo com pesquisa realizada pelo grupo Boyzinhas Arretadas, a grande maioria das pessoas só conhece ou consegue se lembrar de desenvolvedores do sexo masculino. Esse processo faz com que as histórias de Carol Shaw, a primeira desenvolvedora de jogos, Roberta Williams, a mãe dos jogos de aventura, e outras profissionais da área acabem sendo esquecidas.
Desafio fora das telas
“Eu já perdi a conta de quantas vezes passei por situações constrangedoras, onde precisei deixar o ambiente de trabalho, até sair da sala e ir chorar no banheiro”, desabafou Vitória. A jovem já fez parte de uma equipes de desenvolvimento onde era a única mulher e usou o espaço da palestra para expor situações nas quais foi desrespeitada, teve suas habilidades questionadas ou foi silenciada pelo preconceito: “Eu não falava nas reuniões porque tínhamos doze meninos no time. Todos falavam, olhavam para mim e eu não falava nada porque sabia que seria interrompida”.
(Arte: Leandro Bernardo).
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A palestra de Vitória Deon foi realizada no estande da comunidade Boyzinhas Arretadas, que usou o espaço da segunda edição da Campus Party Natal para promover outras discussões sobre o papel das mulheres na sociedade. As Boyzinhas Arretadas nasceram da união dos grupos PyLadies, Woman TechMakers, MUTE (UFRN) e WIE (IEEE).
Mulheres falam dos desafios de trabalhar com jogos #CPNATAL2
Reviewed by Clercio Rodrigues
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16:57:00
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