Com a popularização dos jogos independentes, é cada vez maior o número de estúdios de pequeno porte que nascem ao redor do globo. No Brasil não é diferente e, mesmo com todas as dificuldades, o cenário local já tem grandes nomes no desenvolvimento de games. Seguindo essa tendência, dois jovens potiguares estão dividindo o sonho de trabalhar na área: Leon Walras e Alessandro Silva se conheceram em 2016 e atualmente lideram a produtora Black Ember Games. A dupla participou de várias atividades e falou com exclusividade para o KOMBO durante a Campus Party Natal – feira tecnológica que aconteceu entre os dias 11 e 15 de abril, no Centro de Convenções da cidade.
KOMBO+: Como vocês começaram a
trabalhar e qual é o papel de cada um na equipe?
Alessandro de Oliveira: Eu sou
responsável pela parte de animação 2D e Leon cuida da programação. A gente se
conheceu na Global Game Jam 2016, onde formamos a equipe e começamos a trabalhar
em Epiphany, o nosso primeiro jogo. O projeto ainda está em fase de
desenvolvimento, mas tudo está indo muito bem... apresentamos ele na BGS 2017 e
as coisas já evoluíram bastante de lá pra cá. Além disso, também já temos pelo
menos outras 3 ou 4 ideias para jogos. Uma delas já está bem adiantada e deve
chegar ao mercado antes do Epiphany - que não deixa de ser nosso foco
principal, mas vai ficar em segundo plano por enquanto.
KOMBO+: Qual o maior desafio de
produzir um jogo no RN?
Leon Walras: O maior problema é algo que
atinge não só o estado, mas que envolve todo o país. A gente tem dificuldade
numa série de coisas, tanto estruturais quanto financeiras e tributárias, mas o
maior obstáculo é uma questão geográfica, de comunicação e marketing
internacional. O Brasil é distante de países onde o mercado de jogos se concentra,
como Finlândia, EUA e outros lugares. Considerando que é lá onde gira toda a
parte de marketing e divulgação dos projetos, nós daqui acabamos por não ter
acesso às pessoas da indústria, deixamos de fazer networking e, logo, qualquer
trabalho que a gente tente vincular ou divulgar vai ter uma chance bem menor de
conseguir atingir um público grande.
KOMBO+: Leon, recentemente você foi
o único estudante brasileiro selecionado no concurso da Unity Game Developers
Conference. Como foi a experiência na Califórnia?
Leon Walras: Uma coisa que foi marcante demais
pra mim, que ficou muito nítida, é o quão distante estamos do centro. Digo isso
porque quando cheguei lá, tive a oportunidade de levar meu notebook pra uma
publisher famosa, a Devolver, e mostrar meu jogo. Eles deram o feedback na hora,
sugeriram mudanças, melhorias e até me passaram informações para um contato
futuro. Esse tipo de momento, esse tipo de trato olho no olho com o investidor,
é o que toda a comunidade potiguar tá tentando conseguir. Os estúdios daqui
merecem esse espaço, porque os jogos que saem da nossa região são muito bons. A
gente só precisa ter uma chance de mostrar pra mais pessoas.
KOMBO+: Falando mais especificamente
da Campus Party, como vocês acham que esse tipo de evento pode agregar no
desenvolvimento de jogos local?
Alessandro de Oliveira: Estar num evento desses e
dar uma palestra é algo grandioso pra mim, por que raramente falo sobre meu
trabalho para tanta gente. Ainda mais em uma feira tecnológica da magnitude da
CP, porque as pessoas que participam são muito engajadas. Antes de começar, eu
estava um pouco inseguro com o que as pessoas achariam de minha apresentação,
mas foi tudo muito bom. Recebi um feedback ótimo, fiquei feliz e bastante
satisfeito.
KOMBO+: Pra quem quiser saber mais
sobre o jogo de vocês, o epiphany, onde é possível ver mais do projeto?
Alessandro de Oliveira: Para aqueles que tiverem
interesse em saber mais sobre o Epiphany, nosso trabalho ou a empresa, basta
acessar nossas páginas no facebook, twitter e instagram pelo @blackemberstudio.
Além disso, também dá para tirar qualquer dúvida diretamente conosco pelo
e-mail contatblackember@gmail.com.
Todo o feedback que o pessoal queira dar é bem-vindo, recebemos com carinho e
estamos sempre tentando melhorar o máximo possível.
Entrevista com Leon e Alessandro, membros da Black Ember Games
Reviewed by Clercio Rodrigues
on
18:37:00
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