Desenvolvedores discutem futuro do mercado de games no RN

Se antes o conhecimento necessário para criar um game era privilégio exclusivo das grandes empresas, atualmente é cada vez mais comum encontrar projetos ambiciosos nascendo na comunidade. Basta passear pelas páginas da Steam para perceber que os jogos independentes estão cada vez mais populares na plataforma. No Estado do Rio Grande do Norte, as coisas não são diferentes e os desenvolvedores contam com o apoio do grupo PONG (Potiguar Indie Games). Buscando fomentar o cenário local, a instituição foi um dos destaques da Campus Party Natal e realizou várias atividades no evento - que aconteceu entre os dias 11 e 15 de abril, no Centro de Convenções.

Além de funcionar como ponto de apoio e organizar palestras individuais com os criadores na feira, o PONG também realizou vários debates em seu estande. Um dos mais interessantes foi chamado “Perspectiva dos desenvolvedores de jogos do RN” e reuniu os profissionais presentes para discutir os próximos passos do mercado potiguar. “Eu espero que a cena se desenvolva bem, com as empresas se formalizando e conseguindo monetizar os produtos de forma constante. Só assim vai ser possível aumentar nossa estrutura e trazer outros profissionais pra esse mercado. Nossa expectativa é que essas mudanças se concretizem dentro dos próximos cinco anos e que o RN se torne exemplo para outros estados”, disse o programador Saulo Pontes, que está trabalhando com a Pippin Games e o projeto Kawaii Deathu Desu.

Um por todos, todos por um

Os desenvolvedores também aproveitaram a oportunidade para destacar a importância do PONG na indústria local. De acordo com os profissionais, manter uma relação saudável com outros criadores locais é fundamental para superar os obstáculos do mercado. “Com o crescimento do grupo, passamos a organizar mais eventos e conseguimos o apoio de instituições como o SEBRAE. Graças a tudo isso, ficou mais fácil ter espaço nas feiras, a divulgação dos projetos aumentou bastante e vários deles conseguiram fazer contato com investidores interessados”, explica Saulo.

Outro desenvolvedor da Pippin Games que participou das palestras foi Ricardo Luiz. Além de dividir experiências sobre seu jogo com Saulo, o jovem de 24 anos destacou que a cooperação dos criadores locais pode fazer toda a diferença nos projetos: “uma coisa muito bacana que o PONG faz é reunir profissionais de várias áreas. Isso é muito importante porque às vezes o cara é programador, designer, marqueteiro e precisa se juntar com outras pessoas pra colocar seu projeto em prática. Isso também diz muito sobre a história do grupo em si, porque foi construindo essa comunidade que o PONG conseguiu sair do barzinho e chegar ao SEBRAE. Quanto maior for a comunidade, mais recurso você vai conseguir pra chamar a atenção do governo e instituições privadas”.

Faça parte do PONG

O PONG está sempre marcando presença nos principais eventos de Natal e região. Qualquer pessoa interessada na produção de jogos independentes pode acompanhar o trabalho do grupo pelo Facebook, onde os desenvolvedores marcam encontros mensais e abertos. O próximo deles acontece no dia 30 de Abril e terá a presença de Alex Kikuchi, um dos representantes oficiais da engine Unity no Brasil e América Latina.