No final dos anos 1980, o
mundo presenciou vários avanços tecnológicos incríveis. Entre eles, o surgimento
de duas ferramentas que revolucionaram completamente a indústria dos games: o
CD-ROM e a modelagem de gráficos 3D. De olho nessa tendência e tentando
explorar o máximo dos novos recursos, a Sony desenvolveu o primeiro PlayStation,
que atropelou os aparelhos da concorrência consagrada e se tornou o console
mais vendido de sua geração. Com um legado que já ultrapassa 20 anos de
história, o console estreante da multinacional japonesa foi um sucesso global.
Parceria inusitada
O PlayStation chegou ao
mercado em 1994, mas seu conceito surgiu muito antes disso, quando a Nintendo
procurou a Sony para desenvolver um novo hardware
para o SNES. A ideia era inserir um leitor de CDs no console, que assim, teria
o poder necessário para suportar jogos mais pesados e até polígonos em tempo
real. O produto seria distribuído como um acessório e o Super NES ganharia uma nova
versão com a novidade inclusa. Confira:
As negociações e o desenvolvimento do periférico iam bem, até que a Nintendo percebeu que o lucro na venda dos novos games teria de ser repartido com a Sony e decidiu cancelar o projeto. Fora da parceria e com o leitor de CDs praticamente pronto, a Sony reaproveitou a peça para criar o seu primeiro console próprio: o PlayStation. O aparelho foi fabricado e distribuído em versões Fat (1994) e Slim (2000).
Vencendo a concorrência
Apesar de trazer recursos
que ainda eram novidade na época, quando o PS One foi lançado, já existiam
outros consoles – como Sega Saturno e Atari Jaguar - que usavam CDs para armazenar
seus games. Logo, a principal diferença entre o PlayStation e estes
concorrentes estava em seu hardware,
que apesar de um pouco mais fraco, era mais barato e capaz de reproduzir discos
de música.
Outro fator determinante
para as boas vendas iniciais do PlayStation foi a popularização dos jogos que usavam
gráficos em 3D. Apesar de a concorrência também receber títulos com essa
tecnologia, a Sony assinou contratos de exclusividade com estúdios que
produziam os games poligonais e trabalhou arduamente para que seu console fosse
reconhecido como a principal plataforma deste tipo de jogo. O trabalho de
marketing foi tão intenso, que a empresa chegou a impedir que títulos japoneses
desenvolvidos em sprites fossem
lançados no ocidente.
Rumores apontam que games que já eram sucesso
absoluto no Japão, como Castlevania: Symphony of the Night, sofreram atrasos
propositais para chegar deste lado do mundo.
Cartuchos x CDs
Cartuchos x CDs
O último concorrente de peso para o console da Sony foi o Nintendo 64, que chegou ao mercado em 1996, mas não conseguiu superar a popularidade do PS: mesmo com muito mais poder para o processamento dos modelos em tempo real, o novo console da Nintendo ainda usava cartuchos – que já eram considerados ultrapassados por ter um custo de produção maior e não armazenar tantos dados quanto os CDs. Essas limitações fizeram que títulos como Final Fantasy VII, anunciado como exclusivo do N64, abandonassem a plataforma.
No fim das contas, Final
Fantasy VII foi lançado apenas para PlayStation e se tornou automaticamente um
dos jogos mais aclamados do console.
Legado de gerações
Ao todo, especula-se que o
PlayStation vendeu mais de 100 milhões de unidades. Por mais que tivesse um
hardware mais fraco que os concorrentes, a Sony trabalhou para focar as
habilidades do console em uma proposta nova no mercado, oferecendo o máximo que
o sistema permitia, fechando contratos de exclusividade e trabalhando a marca
de forma intensa. Isso ficava nítido até mesmo ao ligar o console, quando duas
vinhetas com logos da empresa brilhavam na tela para indicar que a jogatina
estava prestes a começar. Por mais que esta prática já fosse comum entre outras
organizações, se você teve um PlayStation essa cena de introdução com certeza
te marcou:
O primeiro console da Sony também foi responsável por outras mudanças que são usadas até hoje, como a inclusão de quatro gatilhos nos controles e funções extras de central multimídia (habilidade de ler CDs com músicas). Através do sucesso do aparelho, características como essas já sobrevivem mais de duas décadas e abriram espaço para que, com mais credibilidade do que nunca, a Sony continuasse desenvolvendo aparelhos para a família PlayStation. O destaque fica para o PlayStation 2, que trouxe avanços gigantescos para a tecnologia dos games, foi ainda mais popular que o seu antecessor e manteve a liderança da marca com louvor.
O segredo do sucesso do primeiro PlayStation
Reviewed by Clercio Rodrigues
on
13:00:00
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