Mais
de um ano após seu lançamento original, Digimon Links finalmente chegou ao
ocidente: o jogo da famosa franquia japonesa já está disponível para download
gratuitamente e foi um dos aplicativos mais baixados para dispositivos Android
e iOS nesta semana. No game, o jogador encara uma aventura em um mundo virtual,
onde pode batalhar e conseguir itens para capturar, treinar e evoluir os
monstrinhos digitais. Além de despertar a nostalgia do anime e mangá que se
popularizou no final dos anos 1990, o game também explora características de
outros jogos da série.
Uma nova aventura
O
enredo do jogo é bem simples, servindo apenas como uma premissa para o início
da aventura. De modo geral, o digimundo - que é uma espécie de mundo virtual e
paralelo ao nosso - entrou em colapso e se fragmentou pela rede. Uma das partes
que foi preservada acaba ficando ligada ao smartphone
do jogador e se torna uma ilha, onde ele deve construir uma fazenda para domar Digimon
selvagem e usá-los para resgatar os dados perdidos do antigo continente.
A
única personagem humana que aparece no game é Hina, uma jovem que te guia
durante um tutorial no início da jornada e disponibiliza dicas para facilitar a
jogatina.
O
jogo em si se divide em três ambientes: a área de captura, a fazenda e o modo
de exploração. A área de captura é um menu que permite que o jogador use a
moeda do jogo ou dinheiro real para conseguir novos monstros. Dependendo do
investimento que for feito, existe uma chance maior de conseguir criaturas mais
fortes ou mais raras. Uma vez capturados, os digimon vão para a fazenda, onde é
possível usar algumas ferramentas para os treinar e digievoluir, por exemplo.
Com
a equipe pronta e organizada, o usuário utiliza o modo de exploração para
entrar em missões e desafios. Além de quests
simples, que ficam disponíveis sempre para o jogador e aumentam de nível
conforme ele as vence, o modo exploração libera desafios diários e é atualizado
frequentemente com missões temáticas de eventos. Para entrar nestas quests, é necessário gastar stamina, que
se recupera 1 ponto a cada três minutos.
Briga de gangues
Os
combates em Digimon Links são em turnos, no formato 3x3. Em campo, além do
tradicional HP, os monstros tem um contador de AP, que os permitem usar algumas
habilidades especiais. Ao lado do nome das criaturas, um número indica a ordem
de ataque daquele turno, baseado nos atributos de velocidade dos Digimon que estão
se enfrentando.
Durante
cada rodada, todos os digimon da batalha podem realizar uma ação, que varia
entre três opções: attack, signature skills e legacy skills. Usando a opção attack, o Digimon executa um ataque
físico e normal, que apesar de mais fraco, não gasta pontos de habilidade. Em
contrapartida, A legacy skill é um
golpe especial, que usa AP para ser utilizado e possui um elemento próprio, podendo
até mesmo ser transferido entre um Digimon e outro. Já a signature skill, que normalmente é a mais forte das três
alternativas, usa pontos de habilidade para realizar uma habilidade única do
personagem. Assim, golpes como Terra
Force e Great Tornado podem ser
utilizados apenas por Wargreymon, por exemplo.
Considerando
as limitações e características das plataformas mobile, o sistema de batalhas
de digimon links consegue ser muito interessante, principalmente, ao permitir
que o jogador tenha acesso a um número gigantesco de times e estratégias. Outro
ponto forte do título é a interatividade entre usuários: além de poder criar a
seu própria equipe e jogar individualmente, é possível encontrar outros
jogadores online e encarar missões em grupo. Também existe um modo de batalha versus, que já está disponível em terras
orientais e deve ser disponibilizado em breve deste lado do planeta.
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Basta alguns toques para se unir a outros jogadores. |
De volta ao digimundo
Se
você é fã de Digimon, já assistiu ao anime, leu os mangás ou até jogou os
outros games da franquia, com certeza conhece alguns dos personagens principais
da aventura. Em Digimon Links é possível encontrar pelo menos 60 dos monstros,
todos com modelos 3D reutilizados do game Digimon Story: Cyber Sleuth. A
reciclagem dos recursos não impede que os gráficos sejam belíssimos. O único
ponto menos atraente no visual do título são as arenas de batalha, que mesmo
dando um ar diferenciado para os confrontos, se tornam repetitivas rapidamente,
já que a maioria delas são praticamente variações de cor uma das outras.
A
trilha sonora usada no game também foi composta originalmente para outro
título, Digimon World Re: Digitize. E mais uma vez, apesar da reutilização do
material, as faixas e efeitos sonoros caem bem com a proposta do game e
empolgam bastante nos momentos mais tensos das lutas. Como algumas das músicas
de Re: Digitize são versões refeitas dos primeiros games da franquia, se você
costumava jogar Digimon World no PS One: não te faltará nostalgia em Digimon
Links.
Na Palmon da mão
Mesmo
com as limitações do gênero mobile, uma aventura Digimon em RPG nunca esteve tão
acessível. Se antes era necessário ter um console - mesmo que portátil - para
experimentar algo parecido, agora basta um smartphone Android ou iOS, alguns
minutos parado na fila do banco e pronto: você já é um digiescolhido. A função
mais explorada e promissora do título para celulares, sem dúvidas, é a
interatividade. Se apenas com modos cooperativos disponíveis já é divertido se
unir à amigos para enfrentar desafios controlados pela CPU, a tendência é que a
chegada do Colosseum e o modo versus enquentem ainda mais as batalhas.
Apesar
de tudo, um dos principais pontos fracos do jogo é o ambiente da fazenda, que é
extremamente limitado e mais parece um aglomerado de atalhos com temática
rural. Poucas instalações estão disponíveis e em várias delas fica claro que a intenção
do game não é desenvolver aquele espaço. Mesmo que este não seja o foco
principal do título, se comparado a outros jogos que tentam oferecer este tipo
de simulação, a fazenda de Digimon Links é genérica e serve mais como um espaço
ilustrativo.
A
gameplay usada para compor esta
análise foi feita em um Motorola Moto G5 Plus.
Análise | Digimon Links (Android/ iOS)
Reviewed by Clercio Rodrigues
on
17:18:00
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