Street Fighter é, sem
dúvidas, a série de games de luta mais popular de todos os tempos. Reconhecido
pelas diversas contribuições ao gênero e aos e-Sports, o jogo mais recente de
Ryu e companhia foi um dos destaques da Digicom 2017, evento natalense que aconteceu no
último sábado (02), na Arena das Dunas. Além de alguns jogadores do circuito
competitivo, a disputa também atraiu visitantes e curiosos que acompanharam o
campeonato, jogaram partidas amistosas e relembraram os momentos mais marcantes
dos 30 anos da série.
Apesar de não ser tão
popular quanto outros esportes eletrônicos, como o famoso League of Legends, Street
Fighter V tem ganhado cada vez mais relevância na comunidade gamer. Alexandre Magno, 36, esteve no
evento e aproveitou para trocar dicas, treinar e participar do torneio. “Eu
conheci a franquia em 1992 e me dedico competitivamente à Street Fighter V desde
o ano passado, quando descobri que existiam campeonatos e uma comunidade ativa
aqui na cidade. De lá pra cá venho sempre praticando para melhorar e poder disputar
em níveis mais altos” disse ele.
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Muita concentração para não errar os combos no controle personalizado. |
Meia
lua pra frente e soco: conheça a história de SF
Tudo começou em 1987, quando
a Capcom lançou o primeiro Street Fighter, e com ele, introduziu vários
conceitos que são usados até hoje pelos games de luta. Até então, não existiam
games do gênero que usassem seis botões de ataque ou tivessem tanta riqueza e
complexidade no sistema de combates. Apesar das inovações, por conta de
problemas na jogabilidade, a saga só se tornou o sucesso que conhecemos em sua
sequencia, Street Fighter II: The World Warrior.
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Luta no primeiro game da franquia. |
SFII chegou aos fliperamas
em 1991 e, aperfeiçoando o sistema do primeiro jogo, se tornou uma febre
mundial rapidamente. Famosa por receber novas versões frequentemente, Street
Fighter II elevou a competitividade dos jogadores á níveis jamais vistos e
surpreendeu a todos com a grande quantidade de personagens e comandos
especiais. Além de muito carismáticos, cada lutador jogável tinha atributos, golpes,
visual, música e cenário únicos, o que tornava as batalhas muito mais
divertidas, dinâmicas e intensas. Vale ressaltar que o jogo também se
popularizou bastante através dos principais consoles caseiros da época, Super
Nintendo e Mega Drive, que mesmo em versões inferiores á do fliperama, tornava
os churrascos de família muito mais interessantes.
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Ryu e Ken se enfrentam em partida de Street Fighter II. |
Já com uma legião de fãs, a
franquia precisava de uma nova sequencia. Mas enquanto Street Fighter III não
chegava, a Capcom resolveu apostar em títulos que contassem mais sobre o
passado dos personagens que haviam se tornado tão famosos em SFII. E assim, em
1995, nasceu a série Street Fighter Alpha. O game introduziu vários lutadores e
mecânicas novas, que voltariam a aparecer nos jogos futuros. “Para mim, um dos
momentos mais marcantes foi o lançamento de Street Fighter Alpha 3. Eu me
reunia com amigos nas locadoras e nós nos divertíamos muito jogando, praticando
e aprendendo novos macetes e combos”, lembrou Alexandre Magno.
Após muito esperar, em 1997,
o mundo finalmente conheceu Street Fighter III: New Generation. O terceiro
título canônico da saga foi muito criticado por ter deixado a maioria dos
personagens clássicos de fora das lutas e isso fez com que o jogo fosse
praticamente ignorado entre os gamers
casuais. Em compensação, o sistema afiado e as mecânicas complexas atraíram uma
gama gigante de jogadores hardcore e
competitivos que, principalmente na versão 3rd Strike de 1999, deram vida a
muitos dos conceitos que fundamentaram os e-Sports. O destaque fica para o
“Momento 37” da EVO 2004, onde Daigo Umehara, jogando de Ken, realizou uma
manobra que é famosa até hoje. Confira:
“Em minha opinião,
uma das coisas mais marcantes na história de Street Fighter é o crescimento da
cena competitiva e o surgimento de jogadores do nível de Daigo. Ele e outros,
como Infiltration, são lendas.” – disse Welington “Kafeta”, outro participante do torneio na Digicom 2017.
Com o avanço das tecnologias
nos games, uma dúvida começou a ser recorrente entre os fãs da série: como
Street Fighter, que sempre foi um jogo animado em 2D, viveria em uma era
dominada pelos gráficos realistas e poligonais? A resposta definitiva veio em
2008, através de Street Fighter IV, que usava visuais em 3D, mas mantinha a
jogabilidade bidimensional de sempre. Além disso, em alguns momentos, como durante
movimentos especiais, a câmera viajava pelo cenário e explorava a profundidade
para mostrar os golpes de ângulos diferentes. Com mais de 40 personagens,
clássicos, novos e remodelados, SFIV foi um sucesso entre os públicos casual e
competitivo.
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SFIV trouxe jogabilidade clássica com visuais em 3D. |
O título mais recente da saga
é Street Fighter V, que chegou ao mercado há pouco mais de um ano e está
mostrando muito do potencial que os games de luta ainda tem. Apesar de algumas
falhas em seu lançamento, como os poucos modos de jogo disponíveis, SFV
alcançou um equilíbrio quase perfeito em sua jogabilidade, se tornando
acessível para players casuais, mas complexo
o suficiente para aqueles que almejam um bom desafio. Atualmente, a Capcom está
focada em manter a alta frequência de atualizações e, de vez enquanto, adiciona
novos estágios, personagens e conteúdo extra ao jogo. A desenvolvedora também está
dando ainda mais destaque à cena competitiva profissional através de sua liga
oficial, a Capcom Pro Tour.
Torneios
e o cenário local
No campeonato que aconteceu
durante a Digicom 2017, quem levou a melhor foi o jogador Wellington “Kafeta”. Fazendo
um uso absurdo das habilidades da personagem Ibuki, o profissional da Liga Norte-rio-grandense
se destacou em todas as partidas e chegou à etapa final invicto. “Eu jogo
Street Fighter há mais de 17 anos e particularmente, gosto de competir neste
tipo de torneio para colocar as habilidades em teste, conhecer novos jogadores
e também porque é muito importante para a comunidade como um todo. Ainda falta
muito investimento no cenário local, mas hoje, por exemplo, foi a primeira vez
que Natal recebeu um torneio profissional com direito a apresentação em palco”,
disse Wellington.
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Entrevista com Wellington "Kafeta", campeão da Digicom 2017. |
Digicom 2017: fãs disputam torneio e celebram 30 anos de Street Fighter
Reviewed by Clercio Rodrigues
on
18:28:00
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