O Super Nintendo é um dos consoles mais marcantes de todos os tempos - com uma biblioteca recheada de grandes títulos - a máquina de 16 bits era item obrigatório nas casas dos anos 1990 e se tornou referência em qualidade e entretenimento. Uma das franquias mais lembradas do videogame é Donkey Kong Country, que, em três jogos incríveis, marcou a infância de muitos gamers da época. A trilogia vendeu mais de 20 milhões de cartuchos e tornou o primata engravatado um verdadeiro ícone da geração.
No Brasil, o fenômeno
foi amplificado pela pirataria e fez com que fosse ainda mais fácil encontrar
os games da série em locadoras ou na casa dos amigos. Além disso, com a
distribuição oficial dos artigos da Nintendo sendo feita através da Playtronic,
alguns dos títulos da saga receberam até comerciais de TV.
Cada
macaco no seu galho
Quando o primeiro
game da trilogia foi anunciado, DK já estava sem protagonizar um título de peso
desde 1984. A Nintendo e o criador do personagem, Shigeru Myiamoto, só se interessaram
em produzir um novo jogo do gorila quando conheceram o trabalho da Rareware.
Essa era uma desenvolvedora britânica que estava explorando
uma tecnologia nova no mercado: gráficos pré-renderizados. Assim, em 1994, nasceu Donkey Kong Country, uma aventura em plataforma que
vendeu, sozinha, mais de 9 milhões de cópias. No controle de Donkey e seu
sobrinho, Diddy, o jogador deve atravessar 40 fases para recuperar o tesouro da
ilha dos Kongs: uma gigantesca pilha de bananas. As frutas em questão foram
roubadas por K. Rool e sua gangue de crocodilos, os Kremlings.
Para superar os obstáculos, os macacos podem correr, saltar, nadar, agarrar em cipós e arremessar barris. Também é possível, apertando SELECT, alternar entre Donkey e Diddy. DK é mais forte, pode dar cambalhotas e derrotar a maioria dos inimigos com apenas um golpe. Em compensação, mesmo sem conseguir vencer todos os Kremlings sozinho, Diddy é mais ágil, tem saltos mais precisos e pode atacar fazendo uma “estrelinha”. Esse recurso de revezamento entre os Kongs também é muito útil no multiplayer cooperativo, que coloca cada jogador no controle de um macaco.
Outra coisa marcante é o nível de desafio do game, que aumenta gradativamente e conseguiu eternizar
momentos de muito desespero. Afinal, quem é que nunca sofreu com a fase do
carrinho, na mina abandonada? O jogo é dividido em
oito mundos, onde além de enfrentar os capangas de K. Rool, a dupla de macacos
também precisa vencer alguns dos próprios animais da ilha. Também existem animais que ajudam Donkey e
Diddy durante a aventura, servindo como montaria e adicionando novos elementos de jogabilidade. O rinoceronte Rambi, por exemplo, pode quebrar paredes para encontrar áreas secretas.
Macacos me mordam
Com o sucesso
gigantesco do primeiro título, foi uma questão de tempo para uma sequencia ser anunciada. Assim, em
1995, apenas um ano após o lançamento do original, o mundo conheceu Donkey Kong
Country 2: Diddy Kong’s Quest. A expectativa dos fãs estava mais alta do que
nunca e (para a sorte deles) a Rare fez um trabalho excelente, mais uma vez.
A história continua direto do fim do anterior, quando, após derrotar os répteis e recuperar o estoque de bananas, tudo volta ao normal na terra dos Kongs. A calmaria dura pouco, já que K. Rool retorna e sequestra DK. O vilão aprisiona o gorila no alto da ilha dos Kremlings e deixa uma carta para Diddy, que parte para o resgate com sua namorada.Enquanto as habilidades de Diddy são praticamente as mesmas, a novidade desta vez é a presença da simpática Dixie, que, além de ágil, pode atacar e planar usando o seu longo cabelo loiro. Agora também é possível arremessar o outro macaco para alcançar plataformas mais altas ou nocautear alguns inimigos.
A história continua direto do fim do anterior, quando, após derrotar os répteis e recuperar o estoque de bananas, tudo volta ao normal na terra dos Kongs. A calmaria dura pouco, já que K. Rool retorna e sequestra DK. O vilão aprisiona o gorila no alto da ilha dos Kremlings e deixa uma carta para Diddy, que parte para o resgate com sua namorada.Enquanto as habilidades de Diddy são praticamente as mesmas, a novidade desta vez é a presença da simpática Dixie, que, além de ágil, pode atacar e planar usando o seu longo cabelo loiro. Agora também é possível arremessar o outro macaco para alcançar plataformas mais altas ou nocautear alguns inimigos.
De modo geral, Donkey
Kong Country 2 manteve tudo o que o primeiro tinha de bom, como os gráficos e a
trilha sonora, e ainda trouxe várias melhorias necessárias para a fórmula de
sucesso. A função de arremessar o outro Kong, por exemplo, parece ter
preenchido uma grande lacuna na jogabilidade do game anterior e tornou tudo
mais dinâmico. Além do mais, apesar de no primeiro jogo já existirem diferenças
entre os protagonistas, na sequencia isso ficou ainda mais nítido graças ao
talento exclusivo de Dixie para planar. Em compensação, não é possível jogar
com Donkey Kong em nenhum momento do game, o que frustrou os fãs que esperavam
ansiosos pelo retorno do gorila.
Um é bom, dois é pouco e três é animal
Como já era de se
esperar, os macacos vencem o exército de crocodilos
e salvam Donkey - que manda K. Rool pelos ares mais uma vez. Cansados de tanta
confusão e em busca de um pouco de paz, DK e Diddy decidem realizar uma viagem
de férias ao Kremisfério Norte. Se passam alguns dias, Dixie percebe que os primatas não voltaram para casa e resolve ir
investigar. Assim, narrando uma nova missão de resgate, começa Donkey Kong
Country 3: Dixie Kong’s Double Trouble.
Ao chegar na nova
região, a macaquinha guitarrista descobre que o sumiço dos ex-protagonistas
está diretamente ligado com o surgimento de um robô que está aterrorizando a
área. O robô se chama Kaos e é uma criação
do insistente K. Rool, que virou uma espécie de “cientista maluco” e dominou o
Kremisfério Norte. Para a nova aventura,
Dixie conta com o apoio de seu primo Kiddy Kong. Apesar de ainda ser um bebê, ele é tão forte quanto o próprio DK. As semelhanças não param por
ai, já que Kiddy também pode dar as famosas cambalhotas do líder dos primatas.
Uma das principais
características do último game da trilogia é a grande quantidade de conteúdo:
são 48 fases, ambientadas em oito mundos totalmente distintos e cheios de
segredos. Além disso, agora é possível transitar pelo mapa das fases de forma
mais “livre”, usando veículos aquáticos e até um helicóptero. Para desbloquear
novos meios de transporte é necessário derrotar todos os chefões e encontrar alguns
itens colecionáveis - que também liberam mais estágios e o verdadeiro final da
jornada.
Donkey Kong Country 3 também foi o game da franquia que mais trouxe personagens novos. A maioria deles são da família dos irmãos urso, que lideram estabelecimentos comerciais em todas as partes do continente
e negociam itens raros com o jogador. Outra novidade são os pássaros-banana,
que podem ser resgatados resolvendo enigmas em cavernas espalhadas ao redor do
mapa e são um dos pré-requisitos para desbloquear o final alternativo.
Diferente do segundo game da franquia, Donkey Kong Country 3: Dixie Kong’s Double Trouble não era tão aguardado pelo público. Isso porque o título foi lançado em 1996, ano em que o Nintendo 64 chegou ao mercado e os gráficos poligonais já estavam se popularizando. O choque entre os produtos afetou diretamente no lançamento do jogo, que vendeu muito menos que os outros e foi considerado um fracasso por parte da crítica.
Ainda assim, DKC3 é
uma união quase perfeita de todos os conceitos que consagraram a franquia. As
paisagens estão mais exuberantes do que nunca, cada detalhe gráfico conta um pouco
mais do universo, e a trilha sonora permanece impecável. Do ponto de vista
técnico, o game lembra muito o primeiro da trilogia, pois apesar de não ser
possível jogar com Donkey Kong, podemos matar a saudade do
gorila através dos movimentos de Kiddy. De um modo geral, a impressão que fica
é que a terceira aventura dos primatas no Super Nintendo usa tudo o que a Rare
aprendeu com os lançamentos anteriores para resgatar a proposta original com
maestria.
Nostalgia rica em fibras
A trilogia Donkey
Kong Country do Super Nintendo foi um sucesso absoluto e contém alguns dos
melhores games da plataforma. Apesar dos pequenos deslizes entre um lançamento
e outro, a Rareware sempre entregou um conteúdo de qualidade aos fãs da
franquia, que lembram os games com carinho até hoje. A melhor prova disso são os
nostálgicos: Donkey Kong Country Returns e Tropical Freeze, sucessos do Wii e
Wii U que foram inspirados nos clássicos, e mostram que os primatas ainda tem
muito prestígio na comunidade gamer.
Donkey Kong e os primatas mais amados do Super Nintendo
Reviewed by Clercio Rodrigues
on
10:27:00
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