Age of Empires: Definitive Edition, um remaster para quem o ama

Uma das mais consagradas franquias de RTS da história, Age of Empires, recebeu a aguardada remasterização de seu primeiro título semana passada, através das mãos do já conhecido estúdio da série, o Forgotten Empires, que trabalha em conjunto da publisher e dona do game, a Microsoft Studios. O jogo além de ser um prato cheio para os saudosistas, preenche o vazio que a série tinha desde Age of Empires 3. O Kombo+ jogou e dissecou tudo que você precisa saber sobre essa repaginada de AoE!



Adaptação Visual

A primeira coisa que se espera em uma remasterização, é que os gráficos estejam á nível da nova geração, e quanto a isso a Forgotten Empires fez o máximo possível sem perder a arte original do Game, com texturas novas em resolução 4K, uma engine polida que permite a execução dos quadros em 60 FPS e a adição de belos efeitos na água e destruição de edifícios, como o icônico coliseu agora caindo pedaço por pedaço. Os estilos arquitetônicos e a caracterização das unidades foram praticamente inalteradas, com leves mudanças sendo decorridas do novo grau de definição das texturas.

O carinho da Forgotten Empires em manter a arte da primeira edição é incrível


Agora é possível aplicar zoom, algo que só era possível em AoE 3, mas engana-se quem acha que é utilizado modelos 3D no resultado final: Ainda é utilizada a técnica de isometria que renderiza tudo em duas dimensões, com uma perspectiva que aparenta uma terceira. Isso não somente permite um jogo mais leve e ainda funcional, como mantém o saudosismo gráfico do clássico.

O pobre coliseu agora é destruído em um outro nível de detalhamento


Mas não somente visual, tivemos também a melodia inconfundível do jogo totalmente re-orquestrada, com uma qualidade sonora incrivelmente melhorada, sem mudar, é claro, as faixas. Mas se mesmo com tudo isso, tem aquele que achou ruim a aparência do remake, e se interessa apenas pelo melhor suporte multiplayer, então sem problemas, pois há a opção de jogar a versão antiga dentro da nova!

Conteúdo Inalterado

Unidades, mapas, campanhas, e civilizações estão todas ali, sem faltar nenhuma, sendo as 12 do game base de 97, e as outras 4 da expansão de 98, The Rise of Rome. As campanhas já conhecidas tiveram apenas alguns toques de polimento, mas você vai encontrar aquele longo tutorial dos egípcios, e a aventura com os monges na campanha da Grécia. Minério de pedra, ouro, a comida extraída de animais como elefantes, veados, leões, arbustos e peixes: nada foi mudado. Você ainda vai controlar seu império da era pré histórica até a intitulada Idade do Ferro.

De nômades até um império que utiliza do bronze e do ferro. A ideia ainda é a mesma.


Certas unidades e elementos estratégicos tiveram leves balanceamentos, pois com a idade do título, vários elementos de gameplay possuíam vícios que monopolizavam o "caminho para a vitória" tirando todo o brilho e a ideia de improviso que um RTS deve oferecer. O Menu e a UI foram ajustados para melhor navegação e informação intuitiva, para ver se capta jogadores da nova geração, e arruma alguns problemas, como era a dor de cabeça o alinhamento das fazendas, a falta de possibilidade de trafegar por elas, a inexistência de uma queue de construções, e a menor capacidade de treino de unidades por vez nos edifícios. Parece que todos os empecilhos frutos dos 20 anos de idade, foram solucionados não é? Infelizmente não...

Problemas também inalterados

A péssima inteligencia artificial, que rendia críticas até em sua época, permanece, com soldados engasgando em obstáculos no caminho, tomando formações bizarras e até suicidas, além de momentos em que você acha que vai vencer por superioridade numérica, mas seus homens ficam amontoados sem reação, morrendo sem sequer atacar seus adversários. Aparentemente ao trafegar longas distâncias, suas unidades preferem sair de formação e andar em fila indiana, o que não é muito legal em termos militares. Felizmente, é possível contornar isso dando uma atenção manual aos soldados problemáticos que atrapalham os outros (muitas vezes a melhor solução é deleta-los, o que é triste). Seria isso um "charme" do game para a Forgotten? Não sabemos. 

Com a péssima organização das unidades, as catapultas continuarão mantando mais suas tropas do que as inimigas.


Outro problema que não incomoda a velha guarda, mas pode afastar novos players, é o excesso de conteúdo denso nas instruções, principalmente nas campanhas, no estilo palestra escolar mesmo, além de, como citado, um longo tutorial que dura mais de 1h, algo impensável para os padrões atuais. A simplicidade na diferenciação das civilizações, e nas unidades (algo que é duas vezes maior em seu sucessor, Age of Empires 2) torna-o um RTS mais para matar a saudade e tirar aquela competição básica, pois para o competitivo, se comparado a um Star Craft ou Civilization, o remaster é pobre de vias estratégicas.

Veredito

Age of Empires: Definitive Edition é como diz o nome, uma edição definitiva de seu clássico, agraciando quem o ama com melhorias gráficas que entregam uma experiencia nostálgica perfeita, além de entregar ajustes para coisas enferrujadas, que abre um leque de oportunidades para a nova geração experimentar um conteúdo obrigatório para fãs do gênero. Infelizmente, por manter seu jeitão rústico e simplório, problemas de execução como a "inteligência" artificial pobre, o ofuscam de ganhar cenário importante entre os lançamentos do ano. A opção de não publica-lo na Steam também prejudica seu alcance. De qualquer forma, é um Remaster por um preço Justo e cumpre o que a Microsoft Prometeu. A Forgotten Empires planeja entregar uma edição definitiva também para o AoE2 e Aoe3.

Você pode comprar Age of Empires: Definitive Edition na Loja da Microsoft por 36,99R$.
Age of Empires: Definitive Edition, um remaster para quem o ama Age of Empires: Definitive Edition, um remaster para quem o ama Reviewed by Vinicius Maciel on 13:05:00 Rating: 5

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